sábado, 3 de março de 2012

OS INVESTIMENTOS DO PAC EM PORTO VELHO

Aos 52 anos de idade, vividos  todos nessa cidade, me encontro querendo entender o por que projetos de desenvolvimento urbano que foram aplicados em todas as capitais dos estados brasileiros dão certo e quando chegam em Porto Velho a capital de Rondônia, sempre dão errado? Tem gente que acredita em coisas do além e que inclusive está propalando aos quatro ventos que o local onde Porto Velho foi edificada exista  uma caveira de burro ou de bode enterrada, ou que a construção está  em cima de algum cemitério de alguma civilização ancestral que habitava a região no passado, enfim que tem alguma coisa no campo espiritual conspirando contra a posssibilidade de urbanização da cidade.
Durante o grande momento  de desenvolvimento econômico  trazido pelas usinas, por meio das obras do PAC/Programa de Aceleração do Crescimento, que em Porto Velho está sendo entendido como PAC = Possível Após a volta de Cristo, o que se esperava era que a cidade deslancha-se, com organização e urbanismo, digno dos investimentos propostos e apregoados pelo governo federal para a região, mas não é o que estamos vendo, o que se vê e, até os cegos dessa vez estão enxergando trata-se de um conjunto de ações desorganizadas, produto de uma falta de planejamento, conduzida por indivíduos graduados e pós graduados em gestão ao que parece cursadas no Instituto Universal Brasileiro, que só dão respostas evasivas sobre o porquê as obras não são concluídas e que inclusive não conseguem convencer nem eles mesmos.
Todos sabem que a Prefeitura de Porto velho não preparou a cidade para conviver com as obras, porém com todos os transtornos se elas fossem concluídas, e o povo recebesse o benefício os problemas seriam esquecidos. Aliás Porto velho realmente possui uma administração muito estranha pois, enquanto os prefeitos de outras capitais criam projetos para evitar que veículos pesados entrem dentro de suas cidades e criar transtornos no trânsito, aqui a prefeitura federalizou as avenidas centrais, trazendo o transporte pesado para desfilar em todos os horários exatamente no meio da cidade, e a Câmara de Vereadores e o povo assistiu a tudo em silêncio, o que será que está acontecendo?
Alguém sabe onde foi parar o projeto de 100%  água tratada para Porto Velho? Fizeram o maior “tendel” para anunciar, até andaram ocorrendo desentendimentos entre as equipes do governo do estado e a da prefeitura em 2009, com todo mundo querendo ser o pai do menino. Parece que o projeto enquanto menino simplesmente “natimorto”.
Em tempos de pós Termópilas, é claro não acreditamos mais em ninguém, mas mesmo assim seria tão bom que alguém falasse a verdade, mesmo que ouvi-la nos irritasse, mesmo que nos arrependêssemos de ter votado por duas vezes em um determinado cidadão para prefeito que “prometeu como sem falta e faltou como sem dúvida”.
No período de festas de fim do ano de 2011 e agora no mês de fevereiro de 2012, durante as grandes chuvas (que são naturais no período), doeu assistir na televisão o "Homem" falando na “cidade melhor para todos” e, ao mesmo tempo os jornais locais apresentarem informações de que parte da zona leste tinha virado “Atlântida”, ou seja, tinha submergido, ido para o fundo. E o pior é que não aparece nenhum filho de Deus para falar nada que proceda, perderam totalmente o senso de responsabilidade administrativa, social, o escrúpulo, a sensatez se é que já possuiram.
Recentemente os habitantes da zona norte, mais precisamente do Bairro Nacional na Estrada do Belmont, um corredor importante de produtos de exportação, ponto de arrecadação de tributos, assistiram o cúmulo do absurdo, quando nos jornais televisivos as autoridades tanto do município quanto do estado praticaram um “jogo de empurra – empurra, ou pega que o filho é teu”, e ninguém assumiu de quem era a responsabilidade pela manutenção da estrada, até porque o buraco inicia atrás da Expovel e só acaba no ponto final do transporte coletivo, ou seja é um buraco só. Os moradores nessa situação principalmente aqueles que moram mais afastados assistiram as evasivas dos dois grupos sem entender muito do que se tratava, e pasmem estamos no ano eleitoral, essa gente vai em julho nesses mesmos lugares pedir votos desses munícipes, bom, tomara que levem no mínimo uma carreira. Agora vêm as perguntas, dá para acreditar nessa gente? A quem eles querem enganar?
Surgem algumas perguntas que não querem calar: por que em Manaus, capital do Estado do Amazonas iniciou-se a construção de um viaduto em 2010 e ele já foi entregue e o povo está já usufruindo da obra? Por que também no mesmo estado foi construída uma ponte, obra similar a do Rio Madeira e em menos de 2 anos foi entregue? Será que os engenheiros do Amazonas são formados em engenharia civil e os nossos são formados em engenharia de “engenho de açúcar”, ainda vivendo o período da colonização brasileira?
Desperta povão, essa história de cidade melhor para todos, de bolsa família e outros artifícios clientelistas que possuem apelo apenas eleitoreiro está nos causando prejuízos, se continuarmos apoiando essa prática populista (que inclusive supera em muito a política do "pão e circo" criada na República Romana) e, se deixarmos essa gente continuar no poder, certamente vão continuar tomando banho com nosso dinheiro e nos tratando como bobos, é melhor mudarmos e escolher pessoas que nem conheçam esses nojentos. Tenho dito.
  
Suamy Lacerda – é professor em PVH